quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Cientistas: Algas tóxicas explicariam misterioso cemitério de baleias em deserto


Os cientistas acreditam que os cetáceos ancestrais podem ter morrido ao consumir algas tóxicas e que seus corpos foram parar no local que se encontram hoje – conhecido como Cerro Ballena ("Colina da Baleia") – por causa da configuração geográfica da região.
Os animais estão no local há 5 milhões de anos, e esse acúmulo de fósseis seria o resultado de não apenas um, mas de quatro grandes encalhes.
Os dados recolhidos sugerem que todas as baleias ingeriram as algas. Os mamíferos mortos e os que estavam morrendo foram então arrastados para um estuário e, em seguida, para a areia onde, com o passar do tempo, foram enterrados.
Os estudiosos usaram modelos digitais em 3D dos esqueletos no sítio arqueológico e, depois, retiraram os ossos do local para mais análises em laboratório. Os resultados da pesquisa foram divulgados pela publicação especializada Proceedings B of the Royal Society.
Criaturas bizarras
Já se sabia que os fósseis bem preservados de baleias são comuns nessa área do deserto chileno, e eles podiam ser vistos saindo das rochas.
Mas apenas quando começaram as obras para o alargamento da rodovia Pan-Americana que os pesquisadores tiveram a chance de estudar mais detalhadamente o local onde estavam os fósseis.
Eles tinham apenas duas semanas para completar o trabalho de campo antes do início das obras na rodovia. Por isso, a equipe de cientistas apressou os trabalhos para registrar o máximo possível de detalhes do local e dos fósseis.
Na análise feita no local onde os fósseis estavam foram identificados os restos de mais de 40 baleias. Os cientistas também encontraram, entre esses fósseis de baleia, outros de predadores marinhos importantes e também de herbívoros.
"Encontramos criaturas extintas como a baleia-morsa – que desenvolveram uma face parecida com a de uma morsa. E também havia essas ‘preguiças aquáticas’ bizarras", disse Nicholas Pyenson, um paleontologista do Museu Nacional Smithsonian de História Natural.
"Para mim é incrível que, em 240 metros (de uma obra de) abertura de estrada, conseguimos amostras de todas as estrelas do mundo dos fósseis de mamíferos marinhos na America do Sul, no final do período Mioceno. É um acúmulo incrivelmente denso de espécies", afirmou o cientista à BBC.

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